quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Tabuleiro ouja

Tabuleiro ouija

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Ver também: Mesas girantes
Tabuleiro ouija em espanhol
Tabuleiro ouija anglófono
Uma prancheta para psicografia
Sessão com uso de um copo
Aparato experimental para testar o tabuleiro ouija
Captura de vídeo em experimento que detecta a movimentação involuntária[1][2][3]
Tabuleiro ouija ou tábua ouija é qualquer superfície plana com letras, números ou outros símbolos em que se coloca um indicador móvel. Foi criado para ser usado como método de necromancia ou comunicação com espíritos.[4][5]
Os participantes colocam os dedos sobre o indicador que então se move pelo tabuleiro para responder perguntas e enviar mensagens dos supostos espíritos. Há um jogo de tabuleiro registrado no Departamento de Comércio dos Estados Unidos da América com o nome de Ouija, mas a designação passou a ser usada para caracterizar qualquer tabuleiro que se utilize da mesma ideia.
No Brasil há variantes conhecidas como brincadeira do copojogo do copo, ou ainda sessão de copo, em que um copo faz as vezes do indicador para as respostas. Também é conhecido como brincadeira do compasso, quando se usa um compasso como indicador. Existem também apoios para a utilização de lápis durante as sessões.
O tabuleiro não necessita ter um formato retangular. Muitos tabuleiros ouija são circulares. Como indicadores, em vez do ponteiro, podem utilizar uma moeda ou um copo de vidro. Afirma-se que este último não é aconselhável porque o espírito poder vingar-se utilizando o copo.

Origens[editar | editar código-fonte]

O princípio em que se baseia o tabuleiro Ouija ficou conhecido depois de 1848, ano em que duas irmãs norte-americanas, Kate e Margaret Fox, supostamente contactaram um vendedor que havia morrido anos antes e espalharam uma febre espiritualista pelos Estados Unidos e Europa.[6][7][8]
Há também indícios de que o princípio teria sido aperfeiçoado por um espiritualista chamado M. Planchette, que por volta de 1853 teria inventado o indicador de madeira, utilizado até hoje.[9][10]
Em 1890, Elijah J. Bond, de Baltimore, solicitou a patente do "Ouija" ou "Tabuleiro egípcio da sorte", concedida em 1891. Nesta patente se descreve o funcionamento e alega-se que o tabuleiro é capaz de responder "perguntas de qualquer tipo".[11]

Explicação científica[editar | editar código-fonte]

As movimentações que ocorrem no tabuleiro ouija se devem ao efeito ideomotor.[12][13] As pessoas participantes da sessão involuntariamente exercem uma força imperceptível sobre o indicador utilizado, e a conjunção da força exercida por várias pessoas faz o objeto se mover. O efeito ideomotor foi descoberto pelo naturalista britânico William Benjamin Carpenter em 1852.[14]
físico também britânico Michael Faraday realizou experimentos[15] que comprovaram que os movimentos das mesas girantes, atribuídos a fontes ocultas, eram realizados inconscientemente pelos próprios participantes dos experimentos. O mesmo princípio se aplica ao tabuleiro ouija.[16] O mágico ilusionista e cético estadunidense James Randi também realizou um experimento, citado em seu livro An Encyclopedia of Claims, Frauds, and Hoaxes of the Occult and SupernaturalRandi demonstrou que quando os participantes do tabuleiro ouija são vendados eles não conseguem produzir mensagens inteligíveis.[17]

Explicação espiritualista[editar | editar código-fonte]

Espiritualistas que acreditam na possibilidade de contato com o mundo dos mortos argumentam que o espírito comunicante utilizaria os sentidos do participante durante as sessões. Os adeptos dessa teoria acreditam que o tabuleiro não tem poder em si mesmo, servindo apenas como ferramenta para o médium se comunicar com o mundo dos espíritos.[18]

Críticas das religiões[editar | editar código-fonte]

Além das críticas científicas dos céticos, o tabuleiro Ouija também é criticado entre os espiritualistas. Edgar Cayce declarou-os perigosos.[19] Críticos avisam que maus espíritos poderiam enganar os participantes e possuí-los espiritualmente.[carece de fontes]
No meio especializado[necessário esclarecer] há diversos avisos contra o uso do tabuleiro por pessoas desavisadas. Há também notícias de tabloides relatando casos de suposta possessão demoníaca em decorrência de sessões envolvendo espíritos malignos.[20]
Igreja Católica critica o tabuleiro e a brincadeira do copo, assim como as experiências de seus fiéis na busca do contato com os mortos em geral. A recomendação dos padres é que os fiéis se mantenham distantes de participações nesse tipo de evento.[21][22] Segundo alguns padres exorcistas, Grabriele Amorth, este tipo de jogo pode contactar demônios. Em seus livros ele relata inúmeras possessões causadas pelo uso desses jogos.[carece de fontes]
Da mesma forma, Igrejas Evangélicas definem essas práticas como "brincadeiras com demônios".[23][24]
Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita, orienta em seu O Livro dos Médiuns, no caso de comunicações frívolas (fúteis ou levianas), que estas práticas devem ser evitadas porque, normalmente, são utilizadas para curiosidades em geral e somente são feitas perguntas vãs, longe da seriedade exigida no intercâmbio com a espiritualidade benfeitora. Assim, o espiritismo, nesse caso particular de comunicações frívolas, considera que é mais provável a presença de espíritos levianos e zombeteiros, sem nenhum interesse com a verdade e com a dignidade, do que espíritos bons e esclarecidos comprometidos com a divulgação de propostas morais e éticas.[25]

Tabuleiro ouija na mídia[editar | editar código-fonte]

  • O escritor G. K. Chesterton utilizou um tabuleiro ouija durante um período de depressão e ceticismo e depois disso passou a ser fascinado pelo ocultismo.[26]
  • O cantor inglês Morrissey, em compacto de 1989 incluído na coletânea Bona Drag, do ano seguinte, gravou uma música intitulada "Ouija Board, Ouija Board", referente a uma comunicação com o espírito de uma amiga morta.[27]
  • Brandon Flowers, vocalista da banda The Killers, utilizou o tabuleiro e passou a ter medo do número 621. A data também se relaciona com o dia de seu aniversário, 21 de junho.[28]
  • Sam Winchester, um dos protagonistas da série Supernatural, usa uma Tábua Ouija no primeiro episódio da segunda temporada (2:01 - Na hora da minha morte) para se comunicar com seu irmão morto, Dean Winchester.[29]

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